Na UFJ vivências e pesquisas resultam em publicações

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A UFJ encerrou mais um semestre letivo e entre planejar as ações do próximo período e avaliar o que foi realizado até agora, também é importante celebrar as conquistas.

Professores e estudantes estão sempre empenhados em aprimorar os conhecimentos adquiridos ao longo de suas trajetórias acadêmicas. Como resultado disso, temos as publicações de artigos e livros.

Leitura para discutir sobre a inclusão

A professora do curso de história da UFJ, Diovana Ferreira de Oliveira Thiago, lançou neste semestre o livro “Por uma educação anticapacitista”, que traz reflexões sobre inclusão e acessibilidade. A proposta é ampliar as discussões em torno do preconceito contra as pessoas com deficiência, que muitas vezes são consideradas incapazes ou inferiores, e dessa forma contribuir para a desconstrução de estigmas e para a promoção da justiça social.

“A discussão sobre capacitismo é essencial para pensarmos uma educação transformadora. É fundamental que educadores e gestores estejam atentos a essas questões para que a escola possa ser o espaço de construção coletiva de aprendizagem, pertencimento e diversidade e não o da reprodução de desigualdades e opressões”, destaca a professora.



Professora Diovana, junto com a família, durante lançamento do livro “Por uma educação anticapacitista”



Diovana é mãe de uma criança autista, é pesquisadora, trabalhou como docente no curso de pedagogia e, aluna da primeira turma de história da UFJ, agora está como docente no curso. “Essas experiências pessoais, acadêmicas e profissionais me impulsionaram a questionar as práticas excludentes que historicamente marcam a educação e a sociedade. Escrever este livro é também um ato político e afetivo de resistência”, reforça.

A professora também faz parte do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFJ (NAI/UFJ). “Acredito que o livro possa provocar reflexões importantes nos espaços de formação docente e nas práticas cotidianas da escola. Ao apresentar uma perspectiva crítica sobre a história da educação, história da deficiência, sobre a escola e sua estrutura capacitista, especialmente no contexto brasileiro, a obra oferece subsídios teóricos e práticos para refletirmos sobre a educação”, explica Diovana.

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Pesquisas para fortalecer a equidade no acesso à educação

O professor Esdras Lins Bispo Júnior, do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da UFJ (ICET), desenvolve pesquisas na área da Educação na UFJ desde 2016. A partir das observações realizadas e dos resultados encontrados, surgiu o interesse em aprofundar as análises em relação ao acesso que os alunos têm aos materiais de estudo online.
 

“Diante de um cenário pós-pandemia como o nosso de hoje, muitas ações educativas serão realizadas em ambientes online. Logo, existem muitas questões de equidade, como o acesso aos dispositivos digitais ou o uso apropriado desses dispositivos, que podem servir como barreiras, limitando e impedindo que os estudantes explorem ao máximo o seu potencial de aprendizagem”, pontua Esdras Lins Bispo Júnior.

Trabalhar com equidade é fornecer a cada pessoa o que ela precisa, de acordo com as necessidades dela, para que todos tenham acesso às mesmas oportunidades. No caso dos ambientes online a questão passa, por exemplo, pelo acesso aos computadores, acesso à internet e adaptação dos laboratórios para que todas as pessoas consigam utilizá-los.

A pesquisa foi realizada na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, entre os anos de 2020 e 2024. “Meu campo de estudo foi uma turma do 4º semestre de sistemas de informação. Utilizei essa turma para estudar questões referentes à equidade que podem surgir quando a gente pede para que alunos estudem por conta própria, o que acontece com frequência em cenários de metodologias ativas”, explica o professor Esdras.

O trabalho foi realizado durante o doutorado do professor e foi publicado como capítulo do livro Online Laboratories in Engineering and Technology Education, pela editora internacional Springer. “O capítulo aborda sobre como considerar questões de equidade no processo de adoção de laboratórios online na área de ciências exatas como um todo. É motivo de muita alegria ter uma publicação em uma editora tão prestigiada como a Springer. Quando os resultados surgem e evidenciam a qualidade e o alcance do nosso trabalho, a motivação em continuar com as pesquisas aumenta”, complementa.


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Pesquisa na graduação

Também tem publicação internacional de alunos, a partir de trabalhos elaborados durante a graduação. O egresso do curso de história da UFJ, Rodrigo Ferreira, que participa do Grupo de Pesquisa Goyaz no século XIX, publicou um artigo na E-Revista de Estudos Interculturais. O periódico acadêmico é produzido pelo Centro de Estudos Interculturais (CEI), do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Politécnico do Porto (ISCAP-P.PORTO).

Rodrigo se formou no segundo semestre de 2024, planeja fazer o mestrado em história na UFJ e se dedicar mais à pesquisa. “Esta é a minha primeira publicação, então fiquei muito feliz com a conquista. Uma publicação é uma oportunidade ímpar na trajetória acadêmica, porque além de trazer o reconhecimento do nosso esforço e trabalho, abre portas para uma trajetória de pesquisa, mestrado, doutorado.
 

O trabalho foi realizado com a orientação do professor Marcos Antônio de Menezes. “Quando o aluno tem interesse em continuar na vida acadêmica, investir em um mestrado, por exemplo, ter um artigo publicado em uma Revista bem avaliada conta muito para o currículo. Ao longo da graduação nós incentivamos a elaboração desses materiais e é muito satisfatório ver publicações a nível internacional. Em 2022 outra aluda do curso de história da UFJ, Larissa Barth, também publicou um artigo nesta mesma revista e já temos quatro ex-alunos que publicaram livros. Isso é muito gratificante e importante para o curso de história”, complementa o professor Marcos.Confira o artigo: Goyas urbano no século XIX.


Texto: Secom/UFJ