Hoje, 11 de fevereiro, é o dia de reconhecer o importante papel das mulheres na Ciência
O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pelas Nações Unidas em 2015, com a pretensão de valorizar aquelas que já desenvolvem projetos de pesquisa e também de estimular mais mulheres a buscarem por áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
“Essas áreas, que chamamos de STEM, são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer nação e temos mulheres capacitadas para ocupar cargos de destaque, que tenham melhor remuneração. Precisamos pensar em boas oportunidades de trabalho para elas, para que possam contribuir com o avanço da ciência e do país como um todo”, destaca Ana Paula Freitas Vilela Boaventura, responsável pelo projeto Escola de Games da UFJ.
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas está entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, Organização das Nações Unidas.
Dados divulgados pela ONU Mulheres mostram que do total de pesquisadores, apenas 33% são mulheres. Em relação aos profissionais que trabalham com inteligência artificial, por exemplo, apenas 22% são mulheres. Além disso, as mulheres recebem menos financiamentos para pesquisas e têm menos probabilidade de serem promovidas, em comparação com os homens.
“Isso é uma questão tão intrigante. No caso da Inteligência Artificial, por exemplo, ela começa, inclusive, a ficar mais tendenciosa, porque é desenvolvida a partir do olhar do homem”, pontua Ana Paula.
Elas como protagonistas

O projeto de extensão Escola de Games, do curso de Ciências da Computação da UFJ, é voltado para a criação e desenvolvimento de jogos on-line. Neste ano, o projeto tem uma linha de trabalho exclusivamente para meninas. “A ideia é criar ou adaptar histórias de jogos que já existem colocando as mulheres como protagonistas, pois um dos valores do projeto é a equidade na inclusão digital”, explica Ana Paula, professora responsável pelo projeto.
O projeto foi contemplado em um edital da Fapeg e deve ser desenvolvido ao longo do ano em escolas públicas de Jataí. “Temos três bolsistas universitárias participando do projeto e juntas vamos até às escolas, inclusive da zona rural, para falar com as meninas. Queremos atrair meninas para as áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática”.
Durante as oficinas realizadas nas escolas para desenvolver outras linhas do projeto, a professora ouviu das alunas como o meio de jogos on-line ainda é predominantemente masculino. Os depoimentos foram um estímulo para a nova temática da Escola de Games.
“Temos poucos jogos com mulheres protagonistas. Em um deles, por exemplo, temos a história de uma princesa que precisa ser salva por homens. Em outros temos a mulher combatente, mas hipersexualizada, com roupas curtas e justas. Queremos estimular essas meninas a pensarem jogos que representem as aventuras que elas vivem e as dificuldades que elas enfrentam”, pontua Ana Paula.
O projeto tem também uma aluna do ensino médio como voluntária. Apesar da diversão presente durante a criação e desenvolvimento dos jogos, tem conhecimento sendo adquirido e exercitado. “Ao criar um jogo você desenvolve conhecimentos específicos que envolvem noções de matemática, física. É uma forma de aproximar as meninas de algo que tem o entretenimento, mas tem também fundamentação científica”, reforça a professora Ana Paula.
Mais sobre a Escola de Games: @escoladegamesufj
Fonte: Secretaria de Comunicação – SECOM/UFJ