15 de junho – Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa

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Existem inúmeras formas de violência contra os idosos, desde as mais visíveis, como as agressões ou o abandono, até aquelas mais difíceis de identificar, como a psicológica. O combate a todos esses tipos de violência também passa pela garantia do bem-estar das pessoas idosas.

Na Universidade Federal de Jataí, diversos projetos de extensão, em diferentes cursos de graduação, têm o olhar voltado para os idosos. “Neste mês em que se destaca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, reforçamos a importância de olhar com respeito, afeto e responsabilidade para a população idosa, promovendo ações de transformação social, que combatam a invisibilidade, o abandono e a negligência, formas silenciosas, porém cruéis, de violência”, enfatiza a professora Letícia Lemos Ayres da Gama Bastos, coordenadora dos projetos Semeart e EnvelheSer.

Ação realizada pelo curso de fisioterapia com idosos institucionalizados

Medicina – Práticas de Integração, Ensino, Serviço e Comunidade

Os alunos do curso de medicina da UFJ realizam atividades de atendimento aos idosos no Condomínio Vila Vida, no Lar do Idoso e no Albergue São Vicente de Paula, com a proposta de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos moradores desses lugares.

Durante os encontros, com a supervisão dos professores, os acadêmicos fazem avaliações da saúde dos idosos e orientam de uma maneira lúdica e divertida sobre os cuidados necessários nesta fase da vida.


Alunos do curso de medicina durante atendimento com idosos

“Levar os alunos para além da sala de aula contribui para um aprendizado dentro da realidade em que eles estão inseridos. Estando mais perto eles observam e conhecem, de fato, quais são as necessidades daquela população e aprendem a atender os pacientes de uma maneira mais humanizada”, observa a professora do curso de medicina, Jeane Medeiros.

As atividades fazem parte do currículo do curso com o Módulo: Práticas de Integração, Ensino, Serviço e Comunidade (PIESC). A proposta é promover a interação com a comunidade, para a realização de ações de educação em saúde, já que a formação dos alunos passa pelo aprendizado da importância da saúde coletiva.


Alunos do curso de medicina durante atendimento com idosos

Nos momentos em que estão com os idosos, os alunos estudam e desenvolvem ações que visam contribuir com a melhoria da saúde deles. Com as aulas práticas, os alunos também adquirem mais conhecimento. “É uma via de mão dupla, os alunos também ganham com esse trabalho, que possibilita o desenvolvimento de habilidades que vão ser essenciais para uma formação profissional mais completa”, reforça a professora Jeane.

Fisioterapia – Práticas e saberes do cuidado invisível

No curso de fisioterapia, quatro estudantes estão vinculados ao projeto de extensão: “Práticas e Saberes do Cuidado Invisível”. Eles realizam visitas domiciliares a pessoas que necessitam de fisioterapia, mas têm dificuldade com o deslocamento até a Clínica Escola, no Campus  Jatobá.

 

Os atendimentos são semanais e realizados, no mínimo, quatro vezes por mês. “Profissionais de saúde da rede municipal ou qualquer pessoa podem encaminhar a demanda”, explica Felipe Macedo, professor do curso de fisioterapia da UFJ, responsável pelo projeto.

Os alunos também cuidam de quem cuida. “A partir do levantamento das necessidades de saúde durante uma consulta domiciliar, a pessoa que cuida é incluída no processo de fisioterapia e reabilitação. Temos um caso, por exemplo, em que o esposo de 90 anos cuida da companheira que tem 72. Neste caso, ele tinha diversas queixas de dores musculares”, complementa o professor Felipe.

Alunos do curso de fisioterapia durante ação com idosos

Também do curso de fisioterapia, o Projeto “Universidade Promotora de Saúde: Fisioterapia Assistindo a Saúde”, realiza ações de saúde junto aos idosos institucionalizados de Jataí. No ano passado, os estudantes fizeram até a revitalização da barra paralela usada pelos idosos em sessões de fisioterapia e programas de exercícios físicos em uma das instituições.

“A institucionalização, embora necessária em muitos casos, pode levar à perda de autonomia, sedentarismo, carência afetiva, diminuição da autoestima e isolamento social. Projetos como este promovem a troca de saberes, o desenvolvimento mútuo e transformam a realidade dessas pessoas. Além disso, qualificam os futuros profissionais e fortalecem o compromisso social da universidade”, ressalta a professora Daisy de Araújo Vilela, coordenadora da ação.

Educação física – Projetos Semeart e EnvelheSer

No curso de educação física dois projetos realizam ações pontuais com idosos. O projeto Semeart, por exemplo, leva alegria aos idosos do condomínio Vila Vida, com aulas de forró. “O envelhecimento é um processo natural, irreversível e mundial. Por isso, é fundamental que nós, enquanto UFJ, possamos desenvolver ações que garantam atenção, acolhimento e oportunidades para o envelhecimento ativo, saudável e com qualidade de vida”, destaca a coordenadora do projeto, professora Letícia Lemos Ayres da Gama Bastos.


Aula de forró realizada pelo projeto Semeart no Condomínio Vila Vida

Já o projeto EnvelheSer com Saúde e Qualidade de Vida proporciona a prática de atividade física como promoção da saúde, buscando minimizar os impactos naturais do processo de envelhecimento. Já foram realizadas ações no Condomínio Vila Vida e no Lar dos Idosos. Participam do projeto alunos dos cursos de educação física, fisioterapia e psicologia, que são integrantes do Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde (GPAFS), além de alunos do curso de biomedicina, que participam de ações de parcerias interdisciplinares.



Alunos do projeto EnvelheSer realizando atividade física com idosos

“Esses projetos também oferecem aos nossos estudantes a vivência prática com o público idoso, preparando-os para os desafios reais que enfrentarão em suas trajetórias profissionais. São experiências que contribuem para a formação de profissionais mais sensíveis, humanos e conscientes da complexidade do envelhecimento e das demandas desse público”, complementa a professora Letícia. 

Tássia Fernandes 

Secom/UFJ