UFJ é associada fundadora do Instituto Nacional do Cerrado

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Foi oficializada nesta terça-feira, 16/12, a criação da associação civil Instituto Nacional do Cerrado (INC) em uma reunião presidida pela reitora da Universidade de Brasília (UnB), professora Rozana Reigota Naves, e co-presidida pela reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima e pelo reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Prof. Carlos Henrique de Carvalho.



Participaram dirigentes, professores e pesquisadores de 19 instituições de ensino superior e pesquisa ligadas ao bioma Cerrado. A Universidade Federal de Jataí é associada fundadora do Instituto Nacional do Cerrado. Para o reitor da UFJ, professor Christiano Peres Coelho, a criação do Instituto representa um avanço estratégico para a ciência brasileira e para a proteção do bioma. “O INC nasce como um espaço fundamental de articulação entre as universidades e os centros de pesquisa comprometidos com o Cerrado. Para a UFJ, que está inserida nesse território e convive diariamente com seus desafios e potencialidades, integrar essa iniciativa é reafirmar o papel da universidade pública na produção de conhecimento, na promoção do desenvolvimento sustentável e na defesa de um dos biomas mais importantes e ameaçados do país”, destacou.


O INC surge como uma iniciativa para articular, integrar e promover a pesquisa científica e tecnológica, focando no desenvolvimento sustentável do Cerrado e no enfrentamento dos muitos desafios ambientais e sociais que afetam a região. Entre os principais desafios estão as mudanças climáticas, a degradação do bioma e a conciliação de atividades econômicas com a preservação dos ecossistemas. A nova associação trabalhará também para fortalecer as ações em áreas como bioeconomia, restauração ecológica e soluções baseadas na natureza, com foco na sustentabilidade.


Sediado provisoriamente na Universidade de Brasília (UnB), a partir de sua criação, o INC pleiteará sua qualificação como Organização Social (OS) e buscará sua vinculação ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com a celebração de um contrato de gestão, nos moldes de instituições já consolidadas, como o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO).



O Cerrado, ao lado do Pampa, é o único bioma brasileiro que ainda não conta com uma unidade de pesquisa no âmbito do MCTI. Durante a reunião foi escolhida uma Diretoria Executiva Provisória, com mandato de seis meses, composta pela Profa. Mercedes Bustamante, da UnB, como Diretora-Executiva, e pelo Prof. Laerte Guimarães Ferreira, da Universidade Federal de Goiás, como Diretor Administrativo-Financeiro. que dará início aos trâmites burocráticos necessários para a formalização do INC.


“A criação do Instituto é resultado de um longo processo de diálogo e articulação, iniciado em 2023, entre as universidades, instituições de pesquisa e ensino e pesquisadores, que veem o INC como fundamental para conter o processo acelerado de degradação do Cerrado”, explica a Profa. Rozana, reitora da UnB.


O Cerrado é o bioma mais ameaçado do país. Já teve mais de 50% de sua vegetação original removida, e é considerado um dos hotspots globais de biodiversidade, por sua riqueza de espécies e grau de ameaça. “Esse é um passo histórico, um momento de muito significado para o bioma Cerrado. É no Cerrado que estão colocados de maneira mais direta os grandes conflitos e dilemas do modelo brasileiro de desenvolvimento, e é, portanto, nele, que o país definirá seus caminhos para uma transição ecológica rumo a padrões mais sustentáveis”, explicou a Profa. Mercedes, agora Diretora-Executiva pró-tempore do INC.


O INC terá, portanto, papel essencial para consolidar parcerias e buscar sinergias com o trabalho de pesquisadores, gestores públicos, produtores e as comunidades do Cerrado, garantindo o avanço científico, social e econômico no bioma.

Fonte: Instituto Nacional do Cerrado