Cinco estudantes do segundo período do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de Jataí (UFJ) tiveram destaque no Desafio AgroStartup 2025, ao apresentarem uma solução inovadora para o agronegócio: a startup SoloLink, voltada para automação de irrigação no agronegócio.

O evento foi realizado no último fim de semana, em Goiânia. Neste ano, a proposta foi estimular a apresentação de soluções tecnológicas alinhadas ao conceito do Agro 5.0, que engloba biotecnologia, automação inteligente, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA). Mais de 140 startups estavam inscritas, 34 foram selecionadas como finalistas e 12 foram premiadas, sendo uma delas a equipe da UFJ.
A equipe, formada por José Nelson Honorato Rodrigues, Arthur Nunes Mesquita, Caio Henrique Barreto, Pedro Henrique Muniz e Luiz Guilherme dos Santos Martinez, recebeu R$ 60 mil para o desenvolvimento do projeto apresentado.
“O nosso trabalho começou em abril, durante a primeira etapa do desafio. Foi o nosso primeiro contato com empreendedorismo, com o desenvolvimento de ideias e inovação. Desde o início nos apaixonamos pelo projeto e ver o resultado de toda a nossa dedicação foi uma emoção muito grande. Foi uma experiência muito especial”, comemora José Nelson Honorato Rodrigues.
Para o diretor de inovação da UFJ, Francys Pimenta de Faria, a participação dos alunos nesse tipo de evento é de grande relevância. “Em poucos meses eles aprenderam, na teoria e na prática, diversos conhecimentos e habilidades (validação de negócio inovador e mercado, gestão financeira, planejamento estratégico, pitch de vendas, entre outros), por meio de um processo intenso e totalmente imersivo”, destaca.

Desenvolvimento da startup
A inspiração para a startup SoloLink veio do projeto de doutorado do pai de um dos alunos. “Conversei com o meu pai, que no doutorado desenvolveu um projeto sobre sensores para monitorar a umidade do solo; conversei também com alguns agrônomos que disseram que criar ferramentas para otimizar os meios de irrigação seria interessante, e a partir daí decidimos focar no trabalho.”, explica Luiz Guilherme dos Santos Martinez.
Etapas da conquista
Durante o processo de desenvolvimento da startup, os estudantes tiveram a oportunidade de participar do 3º Desafio de Inovação da UFJ, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) e pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). A equipe conquistou o primeiro lugar no desafio, o que impulsionou o amadurecimento do projeto.
Para José Nelson, o aprendizado adquirido no Desafio de Inovação foi fundamental para o sucesso do projeto. “Participar do desafio foi marcante por vários motivos. Primeiro, porque ficamos em primeiro lugar e a premiação em dinheiro permitiu que a gente transformasse a ideia em um protótipo físico. A partir daí realizamos testes em campo para entender sobre o funcionamento e ver o que poderia ser melhorado. Também foi durante o desafio que percebemos onde poderíamos chegar se trabalhássemos duro com a nossa ideia”, destaca.
“Nós, da equipe organizadora do Desafio de Inovação da UFJ, ficamos muito felizes com mais essa conquista para a equipe SoloLink, pois reforça o quanto ações de empreendedorismo e inovação são importantes para a formação pessoal e multidisciplinar dos participantes. Esperamos ter novamente um número expressivo de participantes para o Desafio de Inovação em 2026, com mais vitórias e visibilidade do Ecossistema de Inovação de Jataí e do Sudoeste Goiano.”, afirma Francys Pimenta.

Foco no futuro
A experiência contribuiu para aumentar o interesse da equipe pelos estudos. “Estamos mais motivados a aprender, porque sabemos que o conhecimento adquirido no curso vai nos ajudar a melhorar nosso produto”, pontua José Nelson.
Pensando, inclusive, na comercialização do produto, a equipe já está se organizando para estudar as diversas áreas necessárias para aprimorar o protótipo. “Com o valor que conseguimos na premiação, vamos investir em conhecimento e buscar melhorias para elaborar um protótipo funcional que possa ser comercializado, para que já possa entrar em produção”, planeja Luiz Guilherme.
Os estudantes acreditam que o produto desenvolvido vai otimizar os meios de irrigação e contribuir com a melhora da saúde do solo e, consequentemente, das plantas. “Vai ser possível monitorar a falta de água e evitar o excesso de água. Dessa forma, além de contribuir para o desenvolvimento da planta, vai contribuir com a economia de água e de energia”, explica Luiz Guilherme.
A participação dos alunos demonstra o potencial da universidade na formação de novos talentos e no desenvolvimento de soluções conectadas aos desafios contemporâneos do agronegócio e da sustentabilidade.
Texto: Secom/UFJ